ATÉ ONDE IREMOS? VOCÊ É RESPONSÁVEL!
Jair Messias Bolsonaro, militar da reserva e candidato à Presidência da República pelo PSL |
Nestes dias que antecedem à
votação do segundo turno das eleições presidenciais de 2018 no Brasil e ante a
gravidade do que se avizinha, não há como deixar de enfrentar as questões que
envolvem este pleito maior e, de forma direta, nosso futuro.
Causa enorme, imensa
preocupação o que temos visto por parte de um dos candidatos à Presidência.
Declarações tais como “não te estupro
porque você não merece”[1],
dirigidas a uma Deputada Federal dentro do Congresso Nacional; “prefiro ter um filho morto em acidente a
ter um filho gay”[2]; “o afrodescendente mais leve lá pesava sete
arrobas" e "acho que nem
para procriador eles servem”[3] são provas de uma
grosseria e irresponsabilidade inaceitáveis para quem pretende ocupar a
Presidência da República.
A semeadura de intolerância e
violência feita pelo citado candidato já se encontra dando frutos, mesmo antes
do fim das eleições. Ao segurar o tripé de uma câmera em um comício no Acre,
simulando o uso de uma metralhadora de grosso calibre, e afirmar que “Vamos fuzilar a petralhada toda aqui do
Acre”[4], avalizou-se os
assassinatos de Moa do Catendê, na Bahia; o esfaqueamento de um funcionário de
um restaurante em Porto Alegre[5], e centenas de outros
graves atos de agressão, perpetrado sobretudo por apoiadores deste mesmo
candidato[6].
As agressões, dirigidas
principalmente contra militantes ou simpatizantes da candidatura oposta, contra
negros, gays e minorias sociais, se tornam cada vez mais frequentes, grosseiras
e concretas. O medo já começa a se fazer sentir nas pessoas, que passam a
esconder suas preferências sexuais, ideológicas e políticas, como se fosse
crime externá-las.
A pergunta é: se antes das
eleições estamos diante de um quadro assim, o que ocorrerá se o candidato da
violência ganhar as eleições? A resposta é dada por ele mesmo, que tem o
coronel médico do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra, o mais famoso
torturador do Brasil, como herói nacional; e que defende abertamente a ditadura
como regime ideal para o Brasil.
Não se pode brincar com a
possibilidade concreta do retorno do horror que se avizinha. Nós, brasileiros,
se escolhermos ao candidato do obscurantismo, da ignorância, do desrespeito, da
violência, não poderemos reclamar do que virá depois. E não me venham falar em
movimentos do tipo “Fora Presidente”, porque quem ganhar no voto adquirirá o
direito de governar, enquanto durar seu mandato.
Quanto a você, eleitor, assuma
seu voto e as consequências de dele advém. Se amanhã, após a instalação de um
governo baseado na violência e no medo, homossexuais e mulheres forem
espancados ou mortos no meio da rua, se pessoas forem arbitrariamente presas e
torturadas, se não tivermos mais liberdade de religião, de imprensa, de
manifestação, se a sociedade brasileira se desmoronar sob o autoritarismo de um
ditador irresponsável e insano, não venha dizer que nada tem a ver com isso:
foi você quem colocou a monstruosidade no poder.
Ainda há tempo. Pule fora
disso. Talvez você não possa mudar o resultado da eleição como um todo, mas
poderá mudar a sua responsabilidade perante a vida, o Brasil, as demais pessoas
e diante de sua própria consciência ou, se você assim preferir, diante de Deus.
Publicado em 25/10/2018 no Blog do Gusmão.
Publicado em 25/10/2018 no Blog do Gusmão.
[1] https://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2018-09-20/jair-bolsonaro-economist.html.
Acesso em 25/10/2018;
[2] https://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2018-09-20/jair-bolsonaro-economist.html.
Acesso em 25/10/2018;
[3] https://brasil.elpais.com/brasil/2018/09/11/politica/1536684954_057287.html.
Acesso em 25/102018.
Comentários
Postar um comentário