BOLSONARO E O TUÍTE OBSCENO
Print de Tuíte de Bolsonaro postado em 05/03/2019 |
Causou impacto a forte politização
ocorrida neste Carnaval 2019, tanto nos desfiles de escolas de samba do Rio de
Janeiro quanto nas ruas, onde blocos e foliões, espontaneamente, se
manifestavam como podiam com relação à forma como o Brasil vem sendo conduzido
pelo Governo Federal empossado em 1º de janeiro.
Desde sátiras cabíveis e inteligentes
até coro de multidões em xingamento, o brasileiro se manifestou como pôde, e as
próprias palavras do atual Presidente, que sempre foi contra o “politicamente
correto”, decerto contribuíram para que manifestações deseducadas acontecessem,
já que ele mesmo entende que assim deve ser.
Porém o que está roubando a cena, mais
do que as manifestações populares, foi a publicação do próprio Presidente, em
sua conta no Twitter, na terça-feira, dia 06/03, quando o mesmo postou um vídeo
para lá de inadequado, contendo uma cena de um homem dançando seminu com o dedo
no próprio ânus e, em seguida, outro homem urinando na cabeça do que dançava. Para
quem desejar ver, o Twitter com o vídeo se encontra facilmente acessível na
internet.
A postagem demonstra, mais uma vez, o
despreparo e desequilíbrio da pessoa que hoje ocupa a Presidência. Se para o
anônimo folião de rua muito é permitido, é bom lembrar que para quem ocupa
determinados cargos impõe-se a obrigação de um mínimo de decoro, sobretudo no
que declara ou posta, já que para pessoas do alto escalão da vida pública uma
simples declaração torna-se, não raro, um ato de trabalho, um posicionamento do
órgão que ocupa ou representa.
O vídeo postado pelo Presidente em sua
conta nos faz duvidar da saúde psíquica do mandatário, já que o despreparo é
indiscutível. Depois de incentivar a violência verbal e física durante toda a
campanha, com gestos alusivos a armas e palavras grosseiras, o presidente
eleito e empossado parece não conseguir entender que tem agora que governar, e
que isso exige equilíbrio, sensatez, continência moral e poder de liderar um
grande grupo de trabalho em direção a grandes objetivos, qualidades que talvez
ele, simplesmente, não tenha.
Insisto, pois, na questão da inaptidão
psicológica, ou mesmo psiquiátrica, de Bolsonaro para ocupar o cargo em que se
encontra, e onde seguidamente dá demonstrações constrangedoras, que começaram com
a incômoda presença de um dos filhos sentado ao fundo do carro durante a
cerimônia de posse, seguiram-se com sua deprimente atuação no Fórum de Davos,
onde discursou sem nada dizer e depois foi almoçar sozinho em um bandejão; e
continua, com inúmeros e constantes exemplos, sendo o último deles a postagem
inadequada, desrespeitosa, descabida que seu instinto de defesa o levou a
fazer, e que serve como atestado público de seu descontrole.
Por fim, fico pensando em como tudo isto
repercute junto ao mundo civilizado e às democracias, junto aos demais países,
junto a instituições sérias como a ONU, a OEA, a OMC, junto às Universidades e
Institutos que, pela sua tradição e contribuição, são indispensáveis à
convivência democrática e institucional. Fico pensando se o mundo não nos vê
como um bando de loucos governados por alguém que expressa isto com exatidão e
fidelidade. E me pergunto: Que dia isto vai acabar?
Publicado no Blog do Gusmão em 06/03/2019.
Publicado no Blog do Gusmão em 06/03/2019.
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