ATENTADOS CONTRA A ESQUERDA E CONTRA BOLSONARO
Marielle Franco e Jair Bolsonaro |
Foi
amplamente divulgado na mídia a tentativa de assassinato com uso de arma branca
(faca) de que foi vítima o Deputado Federal e candidato a Presidente pelo PSL,
Jair Bolsonaro, ocorrido em Juiz de Fora, MG, no dia 06 de setembro de 2018.
Felizmente, o
candidato, embora ferido com gravidade, não corre risco de vida e, afastado dos
compromissos de campanha, encontra-se internado em Hospital onde se recupera do
atentado.
Tal episódio,
embora provoque uma justa reação emocional no primeiro momento, também nos
convida, alguns dias depois, a uma análise mais cuidadosa do fato, à luz de
outros tristes acontecimentos que vinham sendo quase ignorados ou minimizados,
não só pela grande mídia, como também por parte significativa de nós
brasileiros.
Após
respirarmos aliviados pelo candidato Bolsonaro ter sobrevivido, e pelo autor do
crime ter sido preso em flagrante, devemos relembrar a escalada de violência
que parece ter contaminado irreversivelmente a disputa política, em todos os
seus níveis.
Primeiro tivemos
o brutal assassinato da Vereadora Marielle Franco, do PSOL, e de seu motorista,
no Rio de Janeiro, em 14 de março de 2018, até hoje sem qualquer solução e sem
o indiciamento dos assassinos ou mandantes.
Logo depois,
em 17 de março, tivemos três disparos de arma de fogo contra dois ônibus que
compunham a caravana do ex-Presidente Lula, no Paraná. Nada foi apurado e
ninguém foi punido.
No dia 28 de
abril o Acampamento Marisa Letícia, montado no Paraná nas proximidades do local
onde Lula se encontra encarcerado, foi atacado, pela segunda ou terceira vez, a
tiros de arma de fogo deixando dois feridos, sendo um deles o sindicalista
Jefferson Lima de Menezes, que foi atingido por um projétil que entrou próximo
à orelha e saiu abaixo do queixo, não o matando por motivo alheio à vontade de
quem fez os disparos. Novamente ninguém foi sequer indiciado.
Poderíamos
citar outros exemplos de grave violência física ocorridos neste ano,
relacionados à disputa pela Presidência da República, mas os acima referidos já
são eloquentes o bastante para demonstrar que houve uma escalada de violência,
que não foi objeto de apuração eficaz nem resultou, sequer, em indiciamento de
agressores, e que tristemente ainda receberam o apoio – e, portanto, o
incentivo - de parte da população brasileira, que vibrou e destilou o ódio a
cada novo ato de violência.
Basta! É da
maior importância afirmar, neste momento, que cada um de nós brasileiros tem o
dever cívico e moral de repudiar com veemência todos estes atos de violência,
sem nenhuma exceção, desde o assassinato de Marielle até a tentativa de
homicídio contra Bolsonaro.
Chega de
retrocessos no Brasil. Chega de ódio. Chega de assassinatos e de tentativas de
homicídio. Não queremos que o Brasil vote a ser uma terra em que coronéis, por
meio de seus jagunços, matem opositores; e em que o silêncio se imponha sobre a
população, sob a ameaça de violência e morte.
Cada um de
nós, cidadãos brasileiros, tem diante de si um imenso desafio: o de repudiar a
violência cometida contra todos os militantes e políticos, e não somente contra
aquelas ou aqueles que detém nossa simpatia ou apoio.
Resgatando o
mote utilizado na Campanha pela Anistia, amplamente utilizado nas décadas de 1970
e 1980, podemos afirmar: Diga não à violência, de maneira ampla, geral e
irrestrita!
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